O capítulo 21 do Evangelho de Mateus marca uma virada importante na narrativa dos Evangelhos, onde vemos Jesus fazendo Sua entrada triunfal em Jerusalém, em uma passagem que destaca a autoridade divina de Cristo e o início de eventos que culminarão na Sua crucificação. Neste capítulo, encontramos várias parábolas, ações e ensinamentos de Jesus que revelam o propósito de Sua missão e a importância do Reino de Deus. Este estudo sobre o capítulo 21 de Mateus vai nos ajudar a entender melhor o significado profundo das palavras e ações de Cristo, considerando o contexto histórico, cultural e religioso da época.
1. A entrada triunfal em Jerusalém (Mateus 21:1-11)
Este capítulo começa com Jesus entrando em Jerusalém montado em um jumentinho. Esse ato de humildade carrega uma simbologia forte, já que remete diretamente à profecia de Zacarias 9:9: “Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde, montado em um jumento, num jumentinho, cria de jumenta”. Para os judeus que assistiam à cena, essa entrada certamente trouxe à memória a promessa messiânica, embora esperassem um Messias guerreiro e triunfante.
Cultura e contexto: Na cultura judaica da época, um rei entrando montado em um jumento transmitia paz, diferentemente dos imperadores romanos que usavam cavalos em suas entradas triunfais, simbolizando força e conquista. Jesus, então, ao entrar em Jerusalém dessa forma, não apenas cumpria a profecia de Zacarias, mas também declarava que naquele momento a sua missão, como REI, era de humildade e paz.
Comparação com outros Evangelhos: Lucas (19:36-38) e Marcos (11:8-10) também descrevem essa entrada triunfal, mas Mateus destaca que as multidões clamavam “Hosana ao Filho de Davi!” (v. 9), uma aclamação de reconhecimento da realeza de Jesus, apontando para o “Filho de Davi” profetizado, o Messias prometido.
2. A purificação do Templo (Mateus 21:12-17)
Após entrar em Jerusalém, Jesus se dirige ao Templo e expulsa os cambistas e vendedores, acusando-os de terem transformado a casa de Deus em um “covil de ladrões” (v. 13). Essa ação de Jesus denuncia a corrupção religiosa da época, criticando um sistema que priorizava o lucro e o status em vez da adoração verdadeira.
Doutrinas judaicas e contexto: O Templo era o centro da vida religiosa judaica, mas durante o domínio romano, a exploração econômica tornou-se comum nos pátios do Templo, especialmente durante as festividades. Essa prática de venda e troca de moedas fazia parte de um sistema que oprimia os mais pobres, e ao purificar o Templo, Jesus confronta diretamente os líderes religiosos que se beneficiavam desse comércio.
Comparação com Marcos: Em Marcos (11:15-18), temos detalhes adicionais sobre a revolta dos líderes religiosos com a atitude de Jesus. Esse evento é uma das razões que intensificam o desejo das autoridades de prenderem Jesus, pois Ele desafia abertamente sua autoridade.
3. A figueira sem frutos (Mateus 21:18-22)
Em seguida, temos o episódio da figueira que Jesus amaldiçoa por estar sem frutos, secando-a imediatamente. Esse ato é simbólico e representa Israel, que, apesar de ter a aparência externa de espiritualidade, estava espiritualmente estéril. A falta de frutos na figueira representa a falta de fé e arrependimento genuíno.
Análise teológica: Essa ação de Jesus é uma parábola visual, mostrando que a fé sem frutos é inútil. A figueira amaldiçoada é um símbolo do julgamento que se aproxima para Israel e para todos que não produzirem frutos dignos de arrependimento (veja Lucas 13:6-9 para outra referência à figueira estéril).
Doutrina da fé: Jesus usa esse evento para ensinar sobre o poder da fé (v. 21), ao dizer que, com fé, podemos mover montanhas.
4. A parábola dos dois filhos (Mateus 21:28-32)
A parábola dos dois filhos reflete a questão da obediência à vontade de Deus. Quando o pai pede aos filhos que vão trabalhar na vinha, o primeiro recusa, mas depois vai; o segundo concorda, mas não cumpre. Jesus usa essa parábola para expor a hipocrisia dos líderes religiosos que falavam de Deus, mas não obedeciam à Sua vontade.
Cultura e contexto: No judaísmo do primeiro século, a obediência era um valor muito estimado, mas Jesus frequentemente criticava a obediência superficial dos fariseus, que seguia a lei mas ignorava a essência do amor a Deus e ao próximo. Os “publicanos e meretrizes”, considerados pecadores públicos, estão se convertendo enquanto os líderes religiosos continuam na desobediência.
5. A parábola dos lavradores maus (Mateus 21:33-46)
Jesus encerra o capítulo com a parábola dos lavradores maus, que retrata a rejeição de Israel aos profetas e, por fim, ao próprio Filho de Deus. Aqui, Jesus faz uma acusação direta aos líderes religiosos, revelando que eles serão substituídos por outros que darão frutos dignos.
Referências proféticas e históricas: Esta parábola remete ao Salmo 118:22 e Isaías 5:1-7, onde Israel é comparado a uma vinha, que, ao invés de dar frutos, se rebela contra seu Senhor. O tema central dessa parábola é o julgamento, e Jesus deixa claro que o Reino de Deus será dado a um “povo que dê frutos” (v. 43), abrindo caminho para o novo pacto, que incluirá tanto judeus quanto gentios na promessa da salvação.
Comparação com Marcos e Lucas: Esta parábola também aparece em Marcos 12:1-12 e Lucas 20:9-19, onde Jesus, ao concluir, observa que “a pedra que os construtores rejeitaram” se torna “a principal da esquina”, apontando para a rejeição do Messias.
Conclusão
O capítulo 21 de Mateus é um chamado à reflexão sobre o que significa realmente aceitar e viver no Reino de Deus. As parábolas e ações de Jesus em Jerusalém confrontam a hipocrisia, a injustiça e a falta de fé, apontando para a necessidade de uma vida frutífera e baseada na fé verdadeira. Ao ler este capítulo, somos convidados a examinar nossas vidas e a refletir sobre se estamos vivendo com sinceridade no Reino de Deus, produzindo frutos que honrem Seu nome.
Qual das parábolas de Jesus em Mateus 21 mais impacta você? Compartilhe suas reflexões nos comentários e junte-se à discussão sobre como podemos viver os princípios do Reino de Deus nos dias de hoje.
Nos vemos no próximo post.
Fique na Paz do Senhor,
Um beijo e um Cheiro. 😘
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