O capítulo 2 de Mateus é repleto de ação, drama e aventura.
Mateus relata um período de tempo pós nascimento de Jesus. E é sobre isso que vamos mergulhar e estudar hoje. Quem foi o Rei Herodes que mandou matar todos os bebês meninos para perseguir e destruir Jesus, quem foram os magos do oriente e por que vieram visitá-lo e por que deram presentes tão específicos?
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ELEMENTOS HISTÓRICOS:
O capítulo 2 de Mateus narra a visita dos magos do oriente a Jesus em Belém, seguida pela fuga da de sua família para o Egito para escapar da perseguição de Herodes, e finalmente sua volta e estabelecimento em Nazaré. Este capítulo é rico em elementos históricos, incluindo a menção de Herodes, o Grande, que governou a Judeia de 37 a.C. a 4 a.C. como um cliente do Império Romano. Ele é uma figura importante na história da região durante o período do nascimento de Jesus. Aqui estão alguns pontos importantes sobre ele:
Ascensão ao Poder: Herodes nasceu por volta de 73 ou 74 a.C. e era de ascendência idumeia (ele era EDOMITA), não judaica. Ele foi nomeado rei da Judeia pelos romanos em 37 a.C., após a captura de Jerusalém.
Reinado: O reinado de Herodes foi marcado por um governo autoritário e muitas vezes cruel. Ele realizou grandes projetos de construção, incluindo a expansão do Templo de Jerusalém, mas também era conhecido por sua paranoia e brutalidade, especialmente contra possíveis ameaças ao seu trono.
Relação com os Romanos: Herodes manteve uma relação complexa com os romanos. Ele dependia do apoio romano para manter seu poder, mas também era suspeito de conspirar contra Roma.
Morte: Herodes morreu em 4 a.C., e seu reino foi dividido entre seus filhos.
No contexto do Evangelho de Mateus, Herodes é retratado como um governante temido e preocupado com sua posição de poder. Quando os magos do oriente perguntaram sobre o nascimento do "Rei dos Judeus", Herodes ficou perturbado, temendo que sua posição estivesse ameaçada. Ele então tentou enganar os magos para descobrir a localização exata do menino Jesus, com a intenção de matá-lo. Esse episódio ilustra a tensão política e as intrigas que cercavam o nascimento de Jesus, enquanto também destaca a soberania divina sobre os eventos históricos.
Vale muito dizer que na Bíblia, há menção de vários reis da dinastia de Herodes, e é importante conhecê-los e diferenciá-los para que não haja confusão ou dúvidas da veracidade dos relatos bíblicos. Veja um resumo de cada Herodes que aparece na Bíblia:
Herodes, o Grande: Ele é o mais conhecido e é mencionado em Mateus 2 como o rei que governava a Judeia quando Jesus nasceu, e que ordenou a matança dos bebês em Belém para tentar matar Jesus (Mateus 2:1-23).
Herodes Arquelau: Filho de Herodes, o Grande, que reinou na Judeia após a morte de seu pai, mas foi deposto e exilado na Galileia. Ele não é mencionado diretamente no Novo Testamento, mas sua existência é conhecida historicamente (Mateus 2:22).
Herodes Antipas: Outro filho de Herodes, o Grande, que governou a Galileia e a Perea durante o ministério de Jesus. Ele é mencionado em vários episódios do Novo Testamento, incluindo a execução de João Batista (Lucas 3:1, 9:7-9) e o julgamento de Jesus por Pilatos (Lucas 23:6-12).
Herodes Agripa I: Neto de Herodes, o Grande, que governou como rei da Judeia e é mencionado em Atos 12:1-23, onde é descrito como perseguindo os cristãos e sendo morto por um anjo enviado por Deus.
Além desses, há outras referências a membros da dinastia de Herodes em contextos históricos e genealógicos na Bíblia, mas esses são os principais que são diretamente relevantes para a narrativa do Novo Testamento.
ELEMENTOS GEOGRÁFICOS:
O capítulo 2 menciona Belém como o local de nascimento de Jesus, cumprindo a profecia de Miquéias 5:2. Também menciona Jerusalém como a capital da Judeia e o local onde os magos procuraram informações sobre o nascimento do Messias.
Terra natal de Davi e local onde ele foi coroado Rei de Israel, hoje, a cidade de Belém fica na Cisjordânia, dentro do território palestino e a apenas 10 km de distância de Jerusalém.
ELEMENTOS CULTURAIS:
Os magos do oriente, também conhecidos como os Reis Magos, são personagens misteriosos que visitaram Jesus após seu nascimento, trazendo presentes de ouro, incenso e mirra. A narrativa dos magos é encontrada apenas no Evangelho de Mateus, e não há muitos detalhes específicos sobre quem eram ou de onde exatamente vieram. No entanto, ao longo da história, várias teorias e tradições surgiram sobre a identidade e a origem dos magos. Algumas das informações mais plausíveis e aceitas incluem:
Origem e Identidade: Os magos são tradicionalmente vistos como sábios, estudiosos ou astrônomos do oriente, possivelmente da região da Babilônia, Pérsia ou Arábia. Eles eram considerados especialistas em astrologia e interpretação dos astros, o que os teria levado a reconhecer a estrela que anunciava o nascimento do Rei dos Judeus. É provável que eles fossem adeptos do zoroastrismo, uma das primeiras religiões monoteístas conhecidas. O zoroastrismo era a religião predominante na Pérsia antiga (atual Irã) e enfatizava a adoração de Ahura Mazda, o deus supremo, e a crença em um conflito cósmico entre o bem e o mal. A associação dos magos com o zoroastrismo também é sugerida pelo fato de que eles trouxeram presentes significativos, como ouro, incenso e mirra, que eram itens valiosos e comuns em rituais zoroastristas. No entanto, é importante notar que as informações sobre os magos no Evangelho de Mateus são limitadas, e não há detalhes específicos sobre sua religião ou origem exata. A ligação com o zoroastrismo é uma interpretação com base em informações históricas e culturais da época.
Número e Nomes: Embora a tradição popular os represente como três, o número exato de magos não é especificado nos evangelhos. Além disso, seus nomes (Gaspar, Melchior e Baltazar) não são mencionados nas escrituras, mas foram atribuídos a eles ao longo da história. A tradição de atribuir esses nomes aos magos surgiu principalmente na igreja cristã primitiva e ganhou popularidade ao longo dos séculos, especialmente durante a Idade Média. As primeiras referências aos nomes dos magos aparecem em textos apócrifos do cristianismo, como o "Evangelho da Infância de Jesus Cristo", que datam do século VI. Nesses textos, os magos são nomeados como Gaspar, Melchior e Baltazar, e cada nome é associado a uma região específica de onde os magos teriam vindo (Gaspar da Índia, Melchior da Pérsia e Baltazar da Arábia). No entanto, é importante ressaltar que esses nomes e origens dos magos são baseados em tradições e não têm respaldo direto nos relatos bíblicos originais.
Possíveis Significados dos Presentes: Os presentes dados pelos magos a Jesus têm sido interpretados de várias maneiras na tradição judaica e cristã, com significados simbólicos e proféticos. Cada presente – ouro, incenso e mirra – é visto como tendo um significado especial: > Ouro: O ouro é frequentemente associado à realeza e ao poder real. O presente de ouro para Jesus pode simbolizar sua realeza como o Rei dos Judeus e o Rei dos reis, indicando sua autoridade e soberania divina. > Incenso: O incenso era usado em rituais religiosos como uma oferta a Deus, simbolizando adoração, oração e intercessão. O presente de incenso para Jesus pode representar sua divindade e o reconhecimento dos magos de que ele é digno de adoração. > Mirra: A mirra era usada em preparações para o embalsamamento de corpos, indicando sua associação com a morte e o sofrimento. O presente de mirra para Jesus pode simbolizar sua humanidade e sua missão de sacrifício e redenção, apontando para sua futura morte na cruz. Esses presentes, portanto, são vistos como proféticos, prenunciando aspectos importantes do ministério e da natureza de Jesus Cristo. Eles representam não apenas a homenagem e a reverência dos magos, mas também apontam para a identidade e a missão de Jesus como Rei, Deus e Salvador.
SIGNIFICADO TEOLÓGICO:
Embora a identidade e a origem exatas dos magos permaneçam incertas, sua visita a Jesus é um elemento importante na narrativa do nascimento de Cristo, tendo um significado teológico profundo, pois representa a revelação de Jesus como o Salvador não apenas para os judeus, mas também para os gentios. Isso enfatiza a universalidade da mensagem de Jesus e a aceitação de todas as nações.
Referências do Antigo Testamento no capítulo 2 de Mateus:
Mateus 2:6 cita Miquéias 5:2, que profetiza que o Messias nasceria em Belém.
Mateus 2:15 cita Oseias 11:1, referindo-se à fuga da Sagrada Família para o Egito e seu retorno, mostrando que Jesus é o Filho de Deus.
Essas referências do Antigo Testamento mostram como a vida de Jesus cumpre as profecias messiânicas e como sua história está enraizada na história e nas promessas do povo de Israel.
Me conta aqui nos comentários, você sabia essas informações sobre os Magos do Oriente?
Até a próxima, Spark!
Um beijo e um cheiro.
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