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Mergulhando no Estudo do Evangelho de Mateus - Cap. 12

Atualizado: 21 de ago.



Estudo Evangelho de Mateus
Mergulhando no Evangelho de Mateus

Esse capítulo aborda temas como o conflito de Jesus com os fariseus sobre o sábado, os milagres de Jesus, e a blasfêmia contra o Espírito Santo.


Então, já se prepara com os seus equipamentos de estudo: Caneca de café, garrafinha de água, Caderninho, lápis e Bíblia e bora comigo mergulhar no Estudo do capítulo 12 do Evangelho de Mateus.


 

Mateus 12:1-8 - Jesus é Senhor do Sábado

Texto: "Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas e a comer. E os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhes era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor."



Análise Teológica:

  • Sábado e Lei Mosaica: O sábado era um dia sagrado na lei judaica, um dia de descanso em que nenhum trabalho deveria ser realizado (Êxodo 20:8-11). Os fariseus acusaram os discípulos de Jesus de violar a lei do sábado ao colher espigas.

  • Exemplos Bíblicos: Jesus cita o exemplo de Davi (1 Samuel 21:1-6) e dos sacerdotes no templo (Números 28:9-10) para mostrar que havia precedentes na lei para atos de necessidade e misericórdia no sábado.

  • Misericórdia sobre Sacrifício: Citando Oséias 6:6, Jesus enfatiza que Deus valoriza a misericórdia acima dos rituais de sacrifício.

  • Senhor do Sábado: Jesus declara que Ele é Senhor do sábado, reivindicando autoridade divina sobre a lei do sábado e indicando que o propósito do sábado é servir ao bem-estar humano.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Doutrinas Judaicas: Os fariseus eram rigorosos na observância da lei do sábado, acrescentando muitas tradições que definiam o que constituía trabalho.

  • Comparação com Marcos e Lucas: Em Marcos 2:23-28 e Lucas 6:1-5, as narrativas são semelhantes, com Marcos incluindo a afirmação de Jesus de que "o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado."


Mateus 12:9-14 - Cura do Homem da Mão Ressequida

Texto: "E, partindo dali, chegou à sinagoga deles. E estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E eles, para o acusarem, perguntaram-lhe, dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados. Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra. E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem."



Análise Teológica:

  • Legalismo vs. Misericórdia: Os fariseus usam a questão do sábado para tentar pegar Jesus em erro. Jesus responde com uma argumentação lógica, demonstrando que é lícito fazer o bem e mostrar misericórdia no sábado.

  • Milagre de Cura: A cura do homem com a mão ressequida não apenas confirma a autoridade e compaixão de Jesus, mas também desafia as interpretações legalistas da lei.

  • Reação dos Fariseus: Em vez de se alegrarem com o milagre, os fariseus planejam matar Jesus, revelando sua dureza de coração e oposição ao Reino de Deus.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Sinagogas: As sinagogas eram locais de reunião para adoração e ensino das Escrituras.

  • Comparação com Marcos e Lucas: Em Marcos 3:1-6 e Lucas 6:6-11, as narrativas também mostram Jesus curando no sábado e a reação dos fariseus.


Mateus 12:15-21 - Jesus, o Servo Escolhido

Texto: "Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanharam-no grandes multidões de gente, e ele curou a todos. E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissem, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu Espírito, e anunciará aos gentios o juízo. Não contenderá, nem clamará, nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz; não esmagará a cana quebrada, e não apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar o juízo. E no seu nome os gentios esperarão."


Análise Teológica:

  • Profecia de Isaías: Mateus cita Isaías 42:1-4 para mostrar que Jesus é o Servo escolhido por Deus. Este Servo não busca a glória pessoal, mas cumpre sua missão com humildade e compaixão.

  • Missão aos Gentios: A menção aos gentios aponta para a inclusão dos não-judeus na salvação que Jesus traz, alinhando-se com a visão universal do Reino de Deus.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Messianismo Judaico: Muitos judeus esperavam um Messias conquistador. A descrição de Jesus como um Servo humilde desafia essas expectativas.

  • Referências Proféticas: Isaías 42 é um dos cânticos do Servo que apresenta o Messias como alguém que traz justiça com mansidão.


Mateus 12:22-32 - Blasfêmia contra o Espírito Santo

Texto: "Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado, cego e mudo, e ele o curou, de tal maneira que o cego e mudo falava e via. E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo será deserto; e toda a cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam, então, os vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus. Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e, roubando os seus bens, se primeiro não amarrar o valente? E, então, saqueará a sua casa. Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. Portanto, eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século, nem no futuro."



Análise Teológica:

  • Milagre e Acusação: Jesus cura um endemoninhado cego e mudo, levando a multidão a perguntar se Ele é o Filho de Davi, um título messiânico. Os fariseus, porém, atribuem o milagre a Belzebu (outro nome para Satanás).

  • Reino Dividido: Jesus refuta a acusação dos fariseus com uma lógica simples: um reino dividido contra si mesmo não pode subsistir. Se Ele expulsa demônios, é uma prova de que o Reino de Deus chegou.

  • Blasfêmia contra o Espírito Santo: Jesus adverte contra a blasfêmia contra o Espírito Santo, o pecado imperdoável. Este pecado é geralmente entendido como a rejeição deliberada e persistente da obra do Espírito Santo e da revelação de Jesus como Filho de Deus.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Exorcismos: Os exorcismos eram comuns na cultura judaica, e Jesus era reconhecido por Sua autoridade sobre os demônios.

  • Comparação com Marcos e Lucas: Em Marcos 3:22-30 e Lucas 11:14-23, encontramos narrativas paralelas, com Lucas acrescentando uma discussão sobre a busca de sinais pela geração incrédula.


Mateus 12:33-37 - Árvore e seus Frutos

Texto: "Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado."


Análise Teológica:

  • Árvore e Frutos: Jesus usa a metáfora da árvore e seus frutos para ensinar que a verdadeira natureza de uma pessoa se revela por suas ações e palavras.

  • Palavras e Coração: O que sai da boca reflete o que está no coração. Palavras e ações revelam a verdadeira condição espiritual de uma pessoa.

  • Responsabilidade das Palavras: Jesus adverte que as palavras têm consequências eternas e que seremos julgados por elas.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Imagens Agrícolas: A metáfora da árvore e seus frutos era uma imagem comum na cultura agrícola da época.

  • Doutrinas Judaicas: Os líderes religiosos enfatizavam a pureza ritual e externa, enquanto Jesus focava na pureza do coração.


Mateus 12:38-42 - O Sinal de Jonas

Texto: "Então, alguns dos escribas e fariseus responderam, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal se lhe dará, senão o sinal do profeta Jonas; pois, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas; e eis que está aqui quem é maior do que Jonas. A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis que está aqui quem é maior do que Salomão."



Análise Teológica:

  • Pedido de Sinal: Os fariseus e escribas pedem um sinal milagroso como prova da autoridade de Jesus.

  • Sinal de Jonas: Jesus responde que a única prova que será dada é o "sinal de Jonas," referindo-se à Sua própria morte e ressurreição.

  • Arrependimento e Juízo: Jesus compara a geração atual aos ninivitas que se arrependeram com a pregação de Jonas e à rainha do sul que buscou a sabedoria de Salomão, apontando que a falta de arrependimento e o reconhecimento de Jesus como Filho de Deus e Messias, lhes trará condenação no dia do juízo.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Profeta Jonas: A história de Jonas era bem conhecida entre os judeus, e a referência a Jonas reforça a mensagem de arrependimento e julgamento.

  • Comparação com Lucas: Lucas 11:29-32 apresenta uma narrativa similar, reforçando a ideia do arrependimento e do julgamento vindouro.


Mateus 12:43-45 - Retorno do Espírito Imundo

Texto: "E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim também acontecerá a esta geração má."


Análise Teológica:

  • Espírito Imundo: Jesus usa a parábola do espírito imundo para ilustrar a condição espiritual de Israel. A expulsão do demônio e o retorno com sete espíritos piores simboliza a falta de verdadeira transformação e arrependimento.

  • Condição Espiritual: A casa varrida e adornada, mas desocupada, representa uma reforma superficial sem mudança espiritual profunda, tornando a pessoa vulnerável a um estado pior do que antes.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Exorcismos: Exorcismos eram praticados no judaísmo e reconhecidos como sinais de poder espiritual.

  • Parábolas: Jesus frequentemente usava parábolas para transmitir verdades espirituais profundas de maneira compreensível.


Mateus 12:46-50 - A Família de Jesus

Texto: "E, falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te. Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, este é meu irmão, e irmã, e mãe."


Análise Teológica:

  • Família Espiritual: Jesus revela nesse momento um grande mistério espiritual, que até mesmo os discípulos só entenderam após a descida do Espírito Santo, de que o sacrifício dele não só nos redimiria dos pecados, mas que também nos tornaria filhos de Deus, sendo assim, somos irmãos e irmãs de Jesus. Mas Ele explica que essa família espiritual é composta daqueles que fazem a vontade de Deus, como explica também o texto em 1 João 2:3-28.

  • Discipulado: Este ensinamento sublinha a importância do discipulado e da obediência à vontade de Deus como critérios para pertencer à família de Jesus.


Contexto Cultural e Histórico:

  • Família na Cultura Judaica: A família era um elemento central na cultura judaica, com fortes laços de parentesco e obrigação.

  • Comparação com Marcos e Lucas: Em Marcos 3:31-35 e Lucas 8:19-21, encontramos a mesma narrativa, destacando a redefinição dos laços familiares por Jesus.


Conclusão

O capítulo 12 de Mateus aborda vários temas teológicos importantes, incluindo a autoridade de Jesus sobre o sábado, a necessidade de verdadeira transformação espiritual, a rejeição da obra do Espírito Santo, e a redefinição dos laços familiares espirituais. Através desses eventos e ensinamentos, Jesus confronta o legalismo dos fariseus, revela Sua identidade messiânica, e chama Seus seguidores a uma vida de obediência e transformação genuína. As referências culturais, históricas, e bíblicas enriquecem nossa compreensão desses ensinamentos e a profundidade da mensagem de Jesus.


 

Nos vemos no próximo post.

Fique na Paz do Senhor,

Um beijo e um Cheiro. 😘

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