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Mergulhando no Estudo do Evangelho de Mateus - Cap. 08 - A Autoridade de Jesus: Milagres e Ensinos

Atualizado: 21 de ago.


Evangelho de Mateus, Capítulo 08
Evangelho de Mateus, Capítulo 08

O capítulo 8 do Evangelho de Mateus é um dos capítulos que mais destaca os milagres e a autoridade de Jesus. Ele começa imediatamente após o Sermão do Monte, mostrando Jesus descendo da montanha e realizando uma série de milagres que evidenciam Seu poder e compaixão. Vamos analisar os eventos deste capítulo e suas implicações teológicas, culturais, e históricas.


 

1 E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão.

2 E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.

3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.

4 Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.



A Cura do Leproso

Jesus cura um leproso que vem a Ele em busca de ajuda. A lepra, uma doença temida e considerada impura segundo as leis judaicas (Levítico 13-14), isolava os doentes da comunidade. Ao tocar o leproso, Jesus não só demonstra Seu poder de cura, mas também desafia as normas sociais e religiosas que evitavam qualquer contato com leprosos.


Teológica e Culturalmente:


Pureza e Impureza: No contexto judaico, a lepra tornava uma pessoa cerimonialmente impura. Jesus, ao tocar e curar o leproso, mostra que Sua pureza é maior do que a impureza da doença.

Compaixão Divina: O ato de tocar o leproso mostra a compaixão de Jesus e a acessibilidade de Deus aos marginalizados.

Cumprimento da Lei: Jesus manda o leproso mostrar-se ao sacerdote e oferecer o sacrifício prescrito por Moisés, indicando respeito pela Lei (Levítico 14:2-32).


5 E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe,

6 E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa, paralítico, e violentamente atormentado.

7 E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei saúde.

8 E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar.

9 Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz.

10 E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé.

11 Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus;

12 E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.

13 Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.


A Fé do Centurião

Um centurião romano vem a Jesus pedindo a cura de seu servo. A fé demonstrada pelo centurião surpreende Jesus, que cura o servo à distância.


Teológica e Culturalmente:


Fé Gentílica: A fé do centurião, um gentio e oficial romano, é destacada como maior do que a de muitos em Israel. Este incidente prefigura a inclusão dos gentios no Reino de Deus.

Autoridade de Jesus: A cura à distância demonstra a autoridade de Jesus sobre a doença e espaço, sem necessidade de Sua presença física.

Interação Romano-Judaica: A boa relação entre o centurião e os judeus (Lucas 7:5) contrasta com a hostilidade comum da ocupação romana, sublinhando que a mensagem de Jesus transcende barreiras étnicas e culturais.


14 E Jesus, entrando em casa de Pedro, viu a sogra deste acamada, e com febre.

15 E tocou-lhe na mão, e a febre a deixou; e levantou-se, e serviu-os.


A Cura da Sogra de Pedro

Jesus cura a sogra de Pedro, que estava com febre, apenas tocando sua mão.


Teológica e Culturalmente:


Poder de Cura: Este milagre simples mas significativo reforça o poder de Jesus sobre doenças comuns, além de milagres maiores.

Restauração: A sogra de Pedro se levanta e começa a servir, indicando que a cura de Jesus é completa e restauradora, e quando Ele nos toca, nos cura, nos perdoa, o movimento mais natural é começarmos a "SERVIR" no Reino.


16 E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos;

17 Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.



Muitos Outros Milagres

Jesus cura muitos que estavam doentes e possuídos por demônios, cumprindo a profecia de Isaías 53:4.


Teológica e Culturalmente:


Cumprimento Profético: A referência a Isaías 53:4 mostra que Jesus é o Servo Sofredor que toma sobre Si nossas enfermidades e doenças.

Libertação Espiritual: A expulsão de demônios destaca o conflito espiritual e a vitória de Jesus sobre as forças do mal.


18 E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para o outro lado;

19 E, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei.

20 E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.

21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai.

22 Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos.


O Custo de Seguir Jesus

Jesus fala sobre o custo do discipulado, destacando que segui-Lo pode exigir grandes sacrifícios pessoais.


Teológica e Culturalmente:


Costumes Funerários Judaicos:


  • Rápida Sepultura: Na cultura judaica, era costume enterrar os mortos rapidamente, geralmente no mesmo dia do falecimento, para cumprir as leis de pureza e evitar a contaminação ritual.

  • Período de Luto: Após a sepultura, havia um período de luto (shivá), que durava sete dias, seguido de um período adicional de luto mais leve (shloshim) que durava trinta dias. Durante esses períodos, os enlutados participavam de rituais específicos de luto e memória.


Interpretação de "Deixa os mortos sepultar os seus mortos":


  • Mortos Espirituais: Jesus pode estar se referindo aos "mortos espirituais", aqueles que estão vivos fisicamente, mas mortos em suas transgressões e pecados (Efésios 2:1). Neste contexto, "deixa os mortos sepultar os seus mortos" significa deixar aqueles que não estão espiritualmente vivos cuidarem dessas responsabilidades.

  • Urgência do Reino: Jesus enfatiza a urgência de seguir o Reino de Deus e priorizar os assuntos espirituais sobre os deveres terrenos. A mensagem implícita é que o chamado de Jesus é mais urgente e importante do que qualquer outra obrigação.


23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram;

24 E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.

25 E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos! que perecemos.

26 E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.

27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?


A Tempestade Acalmada

Jesus acalma uma tempestade no mar da Galileia, mostrando Seu domínio sobre a natureza.



Teológica e Culturalmente:


Poder Sobre a Natureza: Acalmar a tempestade mostra a divindade de Jesus, refletindo o poder de Deus sobre a criação (Salmo 89:9).

Fé e Medo: A pergunta de Jesus sobre a fé dos discípulos ensina que a confiança em Jesus deve superar o medo das circunstâncias. Se Jesus está no barco, não precisamos temer!


28 E, tendo chegado ao outro lado, à província dos gergesenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho.

29 E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?

30 E andava pastando distante deles uma manada de muitos porcos.

31 E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos.

32 E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas.

33 Os porqueiros fugiram e, chegando à cidade, divulgaram tudo o que acontecera aos endemoninhados.

34 E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.


A Cura dos Endemoninhados Gadarenos

Jesus expulsa demônios de dois homens em Gadara, permitindo que os demônios entrem em uma manada de porcos, que se precipita no mar.


Teológica e Culturalmente:


Reconhecimento da Identidade de Jesus:


  • Filho de Deus: Os demônios reconhecem Jesus como o "Filho de Deus". Isso é significativo porque, mesmo os espíritos malignos, que se opõem a Deus, reconhecem a verdadeira identidade de Jesus. Este reconhecimento sublinha a autoridade e divindade de Jesus.

  • Contraste com os Humanos: Muitas vezes, durante o ministério de Jesus, os humanos ao seu redor não reconheceram ou não aceitaram sua identidade divina. O fato de os demônios reconhecerem Jesus ressalta a cegueira espiritual dos seres humanos.


Medo e Submissão:


  • Temor ao Tormento: Os demônios perguntam a Jesus se Ele veio para atormentá-los "antes do tempo". Isso revela seu conhecimento sobre o julgamento final, onde eles serão punidos. Mostra que os demônios estão cientes de sua condenação e temem a autoridade de Jesus.

  • Submissão: Apesar de sua rebeldia contra Deus, os demônios não podem resistir à autoridade de Jesus. Eles se submetem e reconhecem seu poder, mesmo que de maneira relutante.


Consciência do Tempo:


  • "Antes do Tempo": Esta frase sugere que os demônios têm uma compreensão do plano divino e do tempo designado por Deus para o julgamento final. Isso destaca a soberania de Deus sobre o tempo e a história.

  • Escatologia: A referência ao "tempo" aponta para uma escatologia, ou seja, uma visão sobre os eventos finais e o julgamento. Os demônios sabem que haverá um momento designado por Deus para o seu julgamento.



Rebelião Persistente:


  • Continuação da Oposição: Apesar de reconhecerem Jesus e temerem seu poder, os demônios continuam a se opor a Ele e ao Reino de Deus. Isso mostra a profundidade de sua rebeldia e corrupção.


Interação com Jesus:


  • Autoridade de Jesus: O episódio reafirma a autoridade suprema de Jesus sobre todos os aspectos da criação, incluindo o mundo espiritual. Ele é reconhecido como aquele que tem poder para julgar e atormentar os demônios.


Conclusão

O capítulo 8 de Mateus demonstra de maneira clara a autoridade e o poder de Jesus sobre doenças, demônios, a natureza e até mesmo as normas sociais e religiosas. Cada milagre e ensino não apenas revela o caráter de Jesus, mas também convida os leitores a uma fé mais profunda e um comprometimento total com Seu Reino. Este capítulo desafia a viver uma vida de confiança em Jesus, reconhecendo Sua autoridade e respondendo ao Seu chamado com fé e obediência.


Espero que você tenha gostado do estudo de hoje, Spark! Nos vemos no próximo post.

Fique na Paz do Senhor,

Um beijo e um Cheiro. 😘


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